domingo, 27 de setembro de 2009

A presença feminina na medicina ameaçava os negócios do clero

Herança judaica ao ocidente: machismo. Que a igreja católica absorveu por influência judaica à exclusão da mulher ao sacerdócio, a universidade e especificamente ao dom da cura. Como as mulheres eram impedidas de ter acesso aos livros de medicina e a universidade elas praticavam a medicina popular das ervas e se tornavam excelentes parteiras. Mas o seu grande sucesso e confiança do povo era uma ameaça ao monopólio do conhecimento então nas mãos da maçonaria(porque elas é que estavam por trás das fundações das instituições de ensino) e da igreja.
“...No Ocidente, e por obra da tradição religiosa-cultural judaico-cristã, este patriarcalismo despótico do todo-poderoso Jahvé teve os seus reflexos sobre o comportamento da Igreja e das instituições de poder em relação ao conflito que começou a opor, às «mulheres de virtude» conhecedoras dos mistérios dos tecidos orgânicos, os homens que se assenhorearam do poder eclesiástico e do poder universitário: «Enquanto as bruxas exerciam as suas práticas curativas entre o povo, as classes dominantes cultivavam a sua própria estirpe de curandeiros seculares: os médicos formados pelas universidades. No século que precedeu o início da “caça às bruxas” — o século XIII — a medicina europeia estabeleceu-se firmemente como ciência secular e como profissão. A profissão médica, então, empenhou-se activamente na eliminação das mulheres curandeiras — por exemplo, impedindo-lhes o acesso às universidades — muito antes que tivesse início a caça às bruxas» (Ehrenreich & English 1973, 14).
A partir do século XV, mais concretamente a partir de 1486 quando foi pela primeira vez publicado o terrível Malleus maleficarum [«Martelo das bruxas»], da autoria dos frades dominicanos Heinrich Kramer e Jacob Sprenger, onde se preconizam com esmeros de sadismo as torturas a que se devem submeter as bruxas para obrigá-las a confessar, com extensas listagens de todos os artifícios que o diabo utiliza e as técnicas para detectá-los, e onde se diz: «Ninguém causa mais dano à Igreja católica do que as parteiras» —, a partir do século XV, dizíamos, intensificou-se por toda a Europa a vaga persecutória dos chamados bruxos e bruxas, que se iniciara no século anterior. Sob os auspícios desse medonho livro, sancionado pela bula Summis desiderantes affectibus do papa Inocêncio VIII, durante três séculos foram entregues à tortura e queimados cerca de 200.000 seres humanos, dos quais 85 por cento eram mulheres.
As universidades médicas, controladas pela Igreja e pelas classes dominantes, utilizavam métodos que muito deviam à astrologia e à magia, embora recobrissem tais práticas pouco empíricas com a capa da santidade católica, pensando-se que as encantações e os rituais semi-religiosos seriam altamente eficazes; o médico de Eduardo II de Inglaterra, por exemplo, que tinha um bacharelato em teologia e um doutoramente em Medicina, por Oxford, receitava, para as dores de dentes, que se escrevesse a seguinte frase na mandíbula do paciente: «Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, Ámen», ou então que se espetasse uma agulha numa lagarta passando-a depois pelo dente. «Era este o estado da ciência médica ao tempo em que as bruxas-curandeiras eram perseguidas como praticantes de magia. Havia bruxas com extensos conhecimentos dos ossos e dos músculos, de ervas e de drogas, ao passo que os médicos conformavam os seus prognósticos à astrologia e os alquimistas se esforçavam por transformar o chumbo em ouro. Tão grande era o conhecimento das bruxas que Paracelso, considerado o “pai da medicina moderna”, queimou o seu tratado farmacêutico, confessando que “tudo quanto sabia, tinha-o aprendido das feiticeiras”» (Ehrenreich & English 1973, 16).
Por conseguinte, a Igreja e as universidades médicas não podiam tolerar que as curandeiras obtivessem resultados positivos com as suas práticas e os seus conhecimentos, sobretudo porque o povo confiava mais nelas do que nas virtudes da fé, como nota Jules Michelet (1798-1874): «Aos domingos, depois da missa, os doentes vinham em magotes clamando por auxílio, e tudo quanto obtinham eram palavras: “Vós pecastes, e Deus aflige-vos. Rendei-lhe graças: sofrereis muito menos tormentos na vida futura. Suportar, sofrer, morrer. Não dispõe a Igreja de orações pelos mortos?”» (La sorcière, 1862).
«Quem eram, pois, as bruxas e quais os “crimes” que cometiam e que suscitavam uma repressão tão viciosa por parte das classes superiores? Decerto que durante os séculos de caça às bruxas, a acusação de “feitiçaria” englobava uma multidão de pecados que iam da subversão política e da heresia religiosa até à obscenidade e à blasfémia. Mas três acusações centrais emergem repetidamente na história da feitiçaria europeia. Primeiro, as bruxas eram acusadas de todos os crimes sexuais possíveis contra os homens — ou seja, e muito simplesmente, eram “acusadas” de sexualidade feminina. Segundo, eram acusadas de estarem organizadas. Terceiro, eram acusadas de terem poderes mágicos que afectavam a saúde — quer para prejudicar, quer para curar. Com muita frequência eram acusadas especificamente de possuir perícia e capacidades médicas e obstetrícias» (Ehrenreich & English 1973, 9).
Ou seja, no fundo as bruxas eram incriminadas pela mais fantástica de todas as acusações: eram não só culpadas de matar e envenenar, de crimes sexuais e de conspiração — mas sobretudo de ajudar as pessoas e de as curar. (trechos de www.triplov.org)”

A religião e a moçanaria, prestaram um grande deserviço à Humanidade atrasando a participação e o desenvolvimento feminino no campo da medicina e da saúde, para não falar dos outros setores. Caça às bruxas? Pensando assim, tão preconceituosamente, teria sido mais higiênico caçar os pederastas do culto fálico da maçonaria vaticanizada judaica-cristã.

Márcia Zaros

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