domingo, 30 de dezembro de 2012

Religião & marketing


Manipulação e fabricação da”mente coletiva”

Controle mental ,fanatismo,teologia da prosperidade, lavagem cerebral, servidão voluntária, sacrifício voluntário

 

Parte I

Segundo Freud descrevendo o trabalho de Le Bon , os indivíduos, ao serem agrupados sob idéias e comportamentos em comum, colocam-se na posse de uma espécie de mente coletiva que os faz sentir, pensar e agir de modo diferente do qual cada um faria se estivesse em isolamento. Ocorem certas idéias e sentimentos que surgem ou se transformam em ações, porém , só se manifestam quando os indivíduos estão dentro de um grupo. O grupo psicológico é um ser provisório, formado por elementos heterogêneos que por um momento se combinam e formam um novo ser que apresenta características diferentes daquelas possuídas isoladamente. Essa situação no mundo místico religioso de um movimento gnóstico por exemplo é chamado de décimo terceiro eão. Neste caso os seguidores serão divididos em células de 12 membros e o décimo terceiro se formará, segundo a sua crença é o próprio logos ou a gnosis que se manifesta, o que em algumas  correntes místicas judaico- cristã costuma nomear por “espírito santo”. Na realidade a liderança “espiritual” é muito bem assessorada por estudiosos da mente e recebem toda informação necessária para aumentar seu poder sobre os fiéis. Uma das primeiras medidas que   a direção de uma instituição religiosa ou mesmo militar irá tomar,é eliminar todo o pensamento, ou atitude individualista,valendo-se até  do uso da culpa e temor do egoísmo, combatendo a personalidade,no caso do movimento judaico-gnóstico é ainda mais enfático e explícito o termo esvaziamento da personalidade que deverá se tornar um vaso vazio, que certamente será preenchido com todo o material de interesse dos dirigentes . Esse controle será como um vírus instalado na superestrutura mental coletiva, atacando as diferenças, que deverão ser removidas, e as funções inconscientes, que são semelhantes em todos, ficam expostas como páginas em branco.

Segundo Lê Bon, indivíduos de um grupo apresentariam características que não possuíam anteriormente.  Freud analisando Lê Bon, nos grupos ocorre um fenômeno que é denominado contágio.  O contágio é uma manifestação, um efeito da sugestionabilidade.  No grupo, sob a influência de uma sugestão, o sujeito empreenderá a realização de certos atos com irresistível impetuosidade fortalecida pela reciprocidade no grupo. Um grupo é impulsivo, mutável e irritável, levado quase exclusivamente por seu inconsciente à agressividade, a xenofobia onde o outro que não é de seu grupo é o eterno inimigo. Essa tática é muito aplicada pela Bíblia, a exemplo, os xenofóbicos e vingativos guerrilheiros israelitas e o seu deus dos exércitos, o megalomaníaco e genocida  Yavé ou Jeová. Sob o contágio o indivíduo assume um eu coletivo e precisamente será mais motivado a expressar certas características que sozinho não poderia, o que de certa forma não excluirá de uma parcela na culpa que não deverá recair somente na direção, porque afinal, as pessoas são atraídas por coisas que  se lhes agradam, ou por alguma identificação. Que ninguém duvide que sozinho em casa, um jovem bem educado não é do tipo que sai atirando em pessoas, mas que se o mesmo jovem for exposto ao treinamento militar certamente  matará inclusive crianças não apenas sem nenhuma culpa mas sentido que fez o seu dever cívico, como podemos observar os jovens do exército israelita na guerra da palestinanos dias de hoje exatamente como nos tempos bíblicos tomavam as terras do povo de Canaã(exatamente no mesmo lugar). Que estranho!

Na realidade o que se faz tanto no regimento militar como no regimento religioso, é nada mais nada menos do que  motivar que sentimentos reprimidos no inconsciente venham á tona e recebam”as bênçãos” ou a justificativa para a ação.  Geralmente  a motivação à vingança é o primeiro estímulo a ser alimentado pela direção, se não houver uma memória de mágoa, bem profunda e grande, que possa “justificar” o objetivo em questão, valerá até recorrer-se a criação de uma memória falsa. Podemos citar como exemplo, a fabricação e a invenção do conceito judaico de raça e povo pelo movimento sionista.

Como exemplo do poder de um grupo para libertar instintos inconscientes e para moldar o comportamento de um sujeito, podemos tomar como exemplo, a excitação coletiva vislumbrada através da catarse das emoções reprimidas de uma vítima supostamente possuída por um demônio, que pelo trabalho do pastor é expulso daquele corpo numa suposta obra divina. O mesmo podemos observar nos jovens soldados de um exército os estímulos que recebem  ao serem tratados com violência e terror, sob rígida disciplina, transformando-os em verdadeiras máquinas de matar.

O sacrifício voluntário, tanto no treinamento militar como no agrupamento religioso, é  motivado em prol do objetivo do grupo, que passa a ter  uma espécie de entidade com vida própria e acima das individualidades agora anuladas, o mesmo vale para as grandes empreas corporativas. O sacrifício pelo grupo ou pela divindade faz referência ao que aquele grupo, ou divindade ou superiores podem lhe proporcionar, as vantagens, as promessas, os privilégios, a afeição dos membros e do próprio líder. Ocorreu a sugestão, quer dizer, para ter “isso” você precisa abdicar “daquilo” ,ou abrir mão do que lhe é mais caro, como exemplo a vida de um filho(ver a lenda bíblica de Abrãao e Isac)no caso do soldado é a perda da liberdade em prol da obediência total à ordem para matar. O dízimo é uma “novaforma do sacrifício a divindade,outrora era feito por rituais sangrentos de vítimfas oferecidas em holocasto, humanos e animais, hoje é o salário fruto do suor , o dinheiro que é  entregue à Igreja pelos fiéis, que esperam receber os favores de Deus: prosperidade nos negócios,uma casa nova, um emprego melhor, o título do campeonato de futebol, etc...

Saindo um pouco do campo religioso e militar podemos ver a mesma tática no mundo do marketing, da propaganda, citando como exemplo as redes de produtos vendidos em forma de pirâmides como a famosa Herbalife.

O sucesso no controle mental coletivo exige manutenção constante, porque o efeito hipnótico utilizado nos discursos, só dura algumas horas ou poucos dias, por isso, as reuniões de grupo semanais são tão importantes. Nas igrejas vemos os grupos que se reúnem semanalmente para discutirem alguma lição bíblica e nas redes de produtos vemos as reuniões para demonstrações de novos produtos e em ambos os casos há sempre a apresentação de testemunhos de pessoas que receberam “graças” e ou que já estão faturando alto com os produtos.

Segundo Freud e Lê Bom os efeitos hipnóticos de certas palavras e símbolos, são irresistíveis (ver PNL-Programação neurolingüística/ mensagem subliminar).   Tanto os pastores religiosos, como políticos e líderes de negócios fazem cursos de oratória onde as técnicas de PNL são lhes ensinadas. Freud analisando Le Bon disse que um grupo é como um rebanho obediente que se submete instintivamente a qualquer um que se indique chefe, isso me faz lembrar de La Boétie  e no que ele escreveu  sobre a servidão voluntária...”(...) a primeira razão que leva os homens a servirem de boa mente é o terem nascidos e sido criados na servidão.”...”(...) Com a perda da liberdade, perde-se imediatamente a valentia. As pessoas escravizadas não mostram no combate qualquer ousadia ou intrepidez.”

         Hoje, com as modernidades da vida, e a indústria do consumismo  em conjunto com a do ilusionismo(Holywood) a servidão é muito mais do que voluntária,ela é desejada,principalmente porque não é mais uma servidão como a antiga, braçal e brutal, é uma servidão silenciosa e sobre confortáveis poltronas. A grande mídia controlada transformou mentiras em verdades, motivou seus autômatos a condenar qualquer um que ouse questionar a “versão oficial” da nossa História ridicularizando-os em  teóricos da conspiração. A servidão voluntária sem dúvida alguma é uma prisão intransponível, e o maior exército de soldados dos mais perigosos.  Há muitos séculos que a elite no topo do poder internacional, sabe muito bem explorar as “misérias” humanas.

E como é que pessoas realmente inteligentes podem se proteger de todos estes embustes? Bom, simplesmente por serem realmente inteligentes elas já estão protegidas até certo ponto, sabem como realmente funcionam estes embustes, mas de todo não é possível estar protegido, pois não vivemos sozinhos e estamos sujeitos a um sistema de sociedade baseada nessas falácias. Mas há sempre algo que se pode fazer: Ler cada vez mais o que as pessoas realmente inteligentes estão divulgando, tentar passar cada vez mais suas idéias reveladoras para frente, organizarem-se para realizar movimentos contestadores, escrever livros , e artigos desmascaradores, organizar um movimento político...há sempre algo que se possa fazer. Covardia e preguiça intelectual(ignorância) sempre andaram juntas e pessoas realmente inteligentes não são covardes porque não são conformistas e não são conformistas porque não são preguiçosas.

Um comentário:

  1. Prezada Márcia, os semelhantes se esquecem da simplicidade, humildade e de como viver com pouco dinheiro, tornam-se escravos do consumismo, que prega a mídia televisiva, consumo exagerado; gastam por antecipação nunca sobrando qualquer reserva para poupança.Para que beber refrigerante se faz mal para a saúde enquanto temos a água a nosso favor, evitar salgadinhos prontos, enlatados,diminuir o consumo de carne, usar e abusar das frutas e hortaliças comprando as mais baratas da época, para que trocar o móvel ou TV se a que possui funciona? São muitos fatores que juntos se o cidadão colocar em prática,estará vivendo melhor, conseguirá poupar, e não contribuirá para o enriquecimento dos concentradores internacionais que aumentam seu poder durante a depressão econômica e não têm interesse em que ela acabe, para isso exploram o povo.

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