Manipulação e fabricação da”mente coletiva”
Controle mental ,fanatismo,teologia da
prosperidade, lavagem cerebral, servidão voluntária, sacrifício voluntário
Parte I
Segundo Freud descrevendo o
trabalho de Le Bon , os indivíduos, ao serem agrupados sob idéias e
comportamentos em comum, colocam-se na posse de uma espécie de mente coletiva
que os faz sentir, pensar e agir de modo diferente do qual cada um faria se
estivesse em isolamento. Ocorem certas idéias e sentimentos que surgem ou se
transformam em ações, porém , só se manifestam quando os indivíduos estão
dentro de um grupo. O grupo psicológico é um ser provisório, formado por
elementos heterogêneos que por um momento se combinam e formam um novo ser que apresenta
características diferentes daquelas possuídas isoladamente. Essa situação no
mundo místico religioso de um movimento gnóstico por exemplo é chamado de
décimo terceiro eão. Neste caso os seguidores serão divididos em células de 12
membros e o décimo terceiro se formará, segundo a sua crença é o próprio logos
ou a gnosis que se manifesta, o que em algumas
correntes místicas judaico- cristã costuma nomear por “espírito santo”.
Na realidade a liderança “espiritual” é muito bem assessorada por estudiosos da
mente e recebem toda informação necessária para aumentar seu poder sobre os
fiéis. Uma das primeiras medidas que a
direção de uma instituição religiosa ou mesmo militar irá tomar,é eliminar todo
o pensamento, ou atitude individualista,valendo-se até do uso da culpa e temor do egoísmo,
combatendo a personalidade,no caso do movimento judaico-gnóstico é ainda mais
enfático e explícito o termo esvaziamento da personalidade que deverá se tornar
um vaso vazio, que certamente será preenchido com todo o material de interesse
dos dirigentes . Esse controle será como um vírus instalado na superestrutura
mental coletiva, atacando as diferenças, que deverão ser removidas, e as
funções inconscientes, que são semelhantes em todos, ficam expostas como
páginas em branco.
Segundo Lê Bon, indivíduos de um
grupo apresentariam características que não possuíam anteriormente. Freud analisando Lê Bon, nos grupos ocorre um
fenômeno que é denominado contágio. O
contágio é uma manifestação, um efeito da sugestionabilidade. No grupo, sob a influência de uma sugestão, o
sujeito empreenderá a realização de certos atos com irresistível impetuosidade
fortalecida pela reciprocidade no grupo. Um grupo é impulsivo, mutável e
irritável, levado quase exclusivamente por seu inconsciente à agressividade, a
xenofobia onde o outro que não é de seu grupo é o eterno inimigo. Essa tática é
muito aplicada pela Bíblia, a exemplo, os xenofóbicos e vingativos
guerrilheiros israelitas e o seu deus dos exércitos, o megalomaníaco e
genocida Yavé ou Jeová. Sob o contágio o
indivíduo assume um eu coletivo e precisamente será mais motivado a expressar
certas características que sozinho não poderia, o que de certa forma não
excluirá de uma parcela na culpa que não deverá recair somente na direção, porque
afinal, as pessoas são atraídas por coisas que
se lhes agradam, ou por alguma identificação. Que ninguém duvide que
sozinho em casa, um jovem bem educado não é do tipo que sai atirando em
pessoas, mas que se o mesmo jovem for exposto ao treinamento militar
certamente matará inclusive crianças não
apenas sem nenhuma culpa mas sentido que fez o seu dever cívico, como podemos
observar os jovens do exército israelita na guerra da palestinanos dias de hoje
exatamente como nos tempos bíblicos tomavam as terras do povo de
Canaã(exatamente no mesmo lugar). Que estranho!
Na realidade o que se faz tanto no
regimento militar como no regimento religioso, é nada mais nada menos do
que motivar que sentimentos reprimidos
no inconsciente venham á tona e recebam”as bênçãos” ou a justificativa para a
ação. Geralmente a motivação à vingança é o primeiro estímulo
a ser alimentado pela direção, se não houver uma memória de mágoa, bem profunda
e grande, que possa “justificar” o objetivo em questão, valerá até recorrer-se
a criação de uma memória falsa. Podemos citar como exemplo, a fabricação e a
invenção do conceito judaico de raça e povo pelo movimento sionista.
Como exemplo do poder de um grupo
para libertar instintos inconscientes e para moldar o comportamento de um sujeito,
podemos tomar como exemplo, a excitação coletiva vislumbrada através da catarse
das emoções reprimidas de uma vítima supostamente possuída por um demônio, que
pelo trabalho do pastor é expulso daquele corpo numa suposta obra divina. O
mesmo podemos observar nos jovens soldados de um exército os estímulos que
recebem ao serem tratados com violência
e terror, sob rígida disciplina, transformando-os em verdadeiras máquinas de
matar.
O sacrifício voluntário, tanto no
treinamento militar como no agrupamento religioso, é motivado em prol do objetivo do grupo, que
passa a ter uma espécie de entidade com
vida própria e acima das individualidades agora anuladas, o mesmo vale para as
grandes empreas corporativas. O sacrifício pelo grupo ou pela divindade faz
referência ao que aquele grupo, ou divindade ou superiores podem lhe
proporcionar, as vantagens, as promessas, os privilégios, a afeição dos membros
e do próprio líder. Ocorreu a sugestão, quer dizer, para ter “isso” você
precisa abdicar “daquilo” ,ou abrir mão do que lhe é mais caro, como exemplo a
vida de um filho(ver a lenda bíblica de Abrãao e Isac)no caso do soldado é a
perda da liberdade em prol da obediência total à ordem para matar. O dízimo é
uma “novaforma do sacrifício a divindade,outrora era feito por rituais
sangrentos de vítimfas oferecidas em holocasto, humanos e animais, hoje é o
salário fruto do suor , o dinheiro que é
entregue à Igreja pelos fiéis, que esperam receber os favores de Deus:
prosperidade nos negócios,uma casa nova, um emprego melhor, o título do
campeonato de futebol, etc...
Saindo um pouco do campo religioso
e militar podemos ver a mesma tática no mundo do marketing, da propaganda,
citando como exemplo as redes de produtos vendidos em forma de pirâmides como a
famosa Herbalife.
O sucesso no controle mental
coletivo exige manutenção constante, porque o efeito hipnótico utilizado nos
discursos, só dura algumas horas ou poucos dias, por isso, as reuniões de grupo
semanais são tão importantes. Nas igrejas vemos os grupos que se reúnem
semanalmente para discutirem alguma lição bíblica e nas redes de produtos vemos
as reuniões para demonstrações de novos produtos e em ambos os casos há sempre
a apresentação de testemunhos de pessoas que receberam “graças” e ou que já
estão faturando alto com os produtos.
Segundo Freud e Lê Bom os efeitos
hipnóticos de certas palavras e símbolos, são irresistíveis (ver
PNL-Programação neurolingüística/ mensagem subliminar). Tanto os pastores religiosos, como políticos
e líderes de negócios fazem cursos de oratória onde as técnicas de PNL são lhes
ensinadas. Freud analisando Le Bon disse que
um grupo é como um rebanho obediente que se submete instintivamente a qualquer
um que se indique chefe, isso me faz lembrar de La
Boétie e no que ele escreveu sobre a servidão voluntária...”(...) a
primeira razão que leva os homens a servirem de boa mente é o terem nascidos e
sido criados na servidão.”...”(...) Com a perda da liberdade, perde-se
imediatamente a valentia. As pessoas escravizadas não mostram no combate
qualquer ousadia ou intrepidez.”
Hoje, com as modernidades da vida, e a
indústria do consumismo em conjunto com
a do ilusionismo(Holywood) a servidão é muito mais do que voluntária,ela é
desejada,principalmente porque não é mais uma servidão como a antiga, braçal e
brutal, é uma servidão silenciosa e sobre confortáveis poltronas. A grande
mídia controlada transformou mentiras em verdades, motivou seus autômatos a
condenar qualquer um que ouse questionar a “versão oficial” da nossa História ridicularizando-os
em teóricos da conspiração. A servidão
voluntária sem dúvida alguma é uma prisão intransponível, e o maior exército de
soldados dos mais perigosos. Há muitos
séculos que a elite no topo do poder internacional, sabe muito bem explorar as
“misérias” humanas.
E como é que pessoas realmente
inteligentes podem se proteger de todos estes embustes? Bom, simplesmente por
serem realmente inteligentes elas já estão protegidas até certo ponto, sabem
como realmente funcionam estes embustes, mas de todo não é possível estar
protegido, pois não vivemos sozinhos e estamos sujeitos a um sistema de
sociedade baseada nessas falácias. Mas há sempre algo que se pode fazer: Ler
cada vez mais o que as pessoas realmente inteligentes estão divulgando, tentar
passar cada vez mais suas idéias reveladoras para frente, organizarem-se para
realizar movimentos contestadores, escrever livros , e artigos desmascaradores,
organizar um movimento político...há sempre algo que se possa fazer. Covardia e
preguiça intelectual(ignorância) sempre andaram juntas e pessoas realmente
inteligentes não são covardes porque não são conformistas e não são
conformistas porque não são preguiçosas.